Revisado e
ampliado em 10/04/2024
O
Sermão da Montanha, como é conhecida a sequência de discursos de Jesus nos
capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho de Mateus, é sem dúvida um dos trechos mais
lidos e comentados da Bíblia, e possivelmente o que exerce fascínio mais
transcendente desde a sua realização. Ele parece ancorar a essência do evangelho,
enquanto nos provoca a permanente auto avaliação do início ao fim.
Ao
longo desses três capítulos, somos surpreendidos por uma avalanche de
sensações, que se alternam entre inevitáveis arrependimentos e motivadora
esperança. Em cada parágrafo, Jesus nos desmascara as conveniências religiosas
e a superficialidade de nossos conceitos espirituais. Ele expõe feridas
escondidas por trás de rituais que não conseguem alimentar a alma. Ele
demonstra que somos fracos de vontade e que agimos quase sempre com pouco
empenho e dedicação quando pretendemos algo. Mas Ele também aponta para uma
vida possível de transformação e frutos, que melhorem o mundo em que habitamos,
sem, contudo, perdermos a visão de que caminhamos rumo ao Reino de Deus, que é
ao mesmo tempo nosso alvo e nosso modo de viver.
Nas
conversas que teremos neste espaço dedicado exclusivamente ao Sermão e aos seus
desdobramentos, tentaremos nos transportar para ouvi-lo como se estivéssemos
lá, presentes, respirando o ar da Galileia, pisando as pedrinhas do caminho,
protegidos à sombra da vegetação local, e em meio às multidões que acorriam
para ouvir aquele que revolucionaria a existência humana revelando-nos o
próprio Deus. Tentaremos sentir os ensinamentos de Jesus, evitando sempre que
possível o comentário meramente técnico, ouvindo além de apenas ler o texto,
lembrando sempre que as sensações produzem mais efeitos do que repetidas
afirmações.
Haveremos
de torcer o nariz para muitas passagens. Precisaremos reler algumas. Senão
todas. Sentiremos contrariedades e inquietações, bem como aplaudiremos de pé e
concordaremos com muitas ou apenas com algumas. Talvez sejamos sacudidos.
Mexidos, remexidos e virados ao avesso. Seremos confrontados por Jesus e
questionados por nós mesmos. Por alguns parágrafos nos tornaremos nossos
próprios acusadores e juízes... O veredicto? Só teremos ao final.
Que
o Pai, nesse Exercício Espiritual em sua Palavra, nos experimente na coragem,
ousadia e perseverança, para que nossos corações se amadureçam no serviço e na
honra para a glória de Deus.
Amém."
Nenhum comentário:
Postar um comentário